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SER HEROI OU SER HUMANO?
SER HEROI OU SER HUMANO? * Antonio Brás Constante Para quem acompanhou as eleições americanas (que não é o meu caso), as cartas foram todas postas na mesa (algumas ainda estão na manga, outras foram parar embaixo do tapete e outras ainda estão dentro da privada). Cartas que decidiram os rumos de uma das maiores nações de nosso pequeno mundo. Nesta guerra violentamente pacífica, que ocorreu de forma democrática por lá, vimos a tentativa fracassada dos republicanos de novamente inserir um de seus ?aguerridos? homens no centro do poder (com o apoio de Bush, um fardo que eles foram obrigados a carregar). E para tentar alcançar a tão cobiçada presidência, resolveram apelar para um herói de guerra. Sempre achei que a guerra não fazia heróis, fazia vítimas. Mas, com alguns milhões de dólares em publicidade através da mídia (este ser quase mitológico que consegue transformar monstruosidades em glórias), é possível demonstrar que existem heróis de guerra, só não sabem explicar muito bem que tipo de atos heróicos eles fizeram. Seguindo a linha de raciocínio que cria tais heróis, podemos dizer que, de modo geral, heróis são homens dispostos a erguer uma arma para servir e proteger, lutando contra outros homens também dispostos a servir e proteger, e que ganhe quem tiver o maior canhão. Não faz muito tempo, os jornais anunciaram a ida de um desses príncipes britânicos para a guerra. Bem, na verdade noticiaram sua volta, já que sua ida e permanência por lá foram devidamente escondidas para preservar sua integridade física. Até porque, ninguém quer morrer numa batalha, e esta preocupação ganha peso, principalmente, se o alguém for um príncipe. As batalhas travadas por ele devem ter sido literalmente da nobreza contra a pobreza. E assim se fabricou um novo herói de guerra, pronto para governar o seu País, espelhando e refletindo suas ações de forma mais bélica do que bela. Imagino se a história fosse diferente, onde o valor das pessoas fosse balizado pela paz que praticam e não pelo sangue derramado por suas mãos, já que toda guerra tem seu preço, enquanto a paz é inestimável. Príncipes demonstrando exemplos de vida, através de gestos em prol de seus semelhantes, lutando sem armas contra opressões e barbáries, munidos da inteligência e diplomacia que se espera que tenham. Em um mundo assim, talvez os fracos aclamassem quem estivesse disposto a ouvir o seu clamor, alguém forjado para liderar e não apenas politicar. Neste utópico universo não haveria uma meia dúzia de heróis de guerra, mas milhares de anônimos de paz. Afinal, em um mundo tão cheio de ódio e violência, o que devemos esperar dos novos ?lideres? mundiais? Que eles sejam heróis de guerra, ou que demonstrem ser humanos? ...


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